Capítulo 8 - Dia 21/01/2013

Dia 21/01/2013

As 7 am eu já estava de pé, vestida, pronta pra ir pra Escola, junto com Molly e Manu. Tomamos o café da manhã, rabanada, ovos mexidos, bacon e suco de amoras. Ás 8 am estávamos no ponto de ônibus e já havia três meninas ali:

-Hey Molly, quem são essas gringas aí com você? – a garota do meio, grande e loira, com bochechas vermelhas perguntou.

Molly mudou o cenho, por apenas alguns segundos, mas eu notei, ela tinha medo daquela garota e suas capangas.

-Te interessa? Eu acho que não, agora vê se nos deixa em paz! – respondi por Molly, que ficou um pouco surpresa mas grata, “Obrigada” ela sussurrou.

-Gringa, você sabe com quem ta falando? – a garota do meio falou

-Com um pit-bull?

-NÃO, com a badgirl do colégio South Laurel, me chamo Jenna, estas são Abbey – apontando para a garota da esquerda, magra, alta demais, cabelo escuro e roupas punk – E Ingrid – apontando para a menina na direita, que era gorda, baixinha, com o cabelo verde e muitas espinhas na cara, ela me lembrava dum ogro – Uma dica, GRINGA, não se mete comigo, ou...

-Ou o quê? – cortei sua ameaça, o ônibus chegara.

-Gringa, você tem sorte de o ônibus ter chegado!

Eu não tinha medo dela, eu sou pequena, mas sou esperta, eu SEI onde bater.

-Laura, obrigada! Elas ficam zoando de mim todos os dias no ponto de ônibus. Mas tome cuidado, elas já deixaram o olho da Amy roxo e quebraram o pé dela – mostrou-me uma menina de óculos e cabelo liso ruivo.

-Bom, se elas nos incomodarem mais, elas vão pagar, por tudo que fizeram com você Molly.

-Obrigada – ela me deu um abraço

-Meninas, bem, como vocês sabem, eu saí com o Liam, e agora nós estamos namorando... – contou-nos Manu

-SÉRIO? – eu e Molly gritamos em coro

-Ontem ás 2 da manhã, eu recebi uma mensagem do Liam para ir até a janela, eu fui, na árvore, da frente da janela, tinha um bilhete, dizendo para eu seguir até o fim do jardim, quando cheguei lá tinha um outro bilhete, dizendo pra eu pular para a próxima casa e assim por diante, até eu chegar a uma grande árvore onde tinha um adesivo do Batman, no adesivo tinha um aviso pra eu subir na casa da árvore eu subi e lá estava Liam, com duas xícaras de chocolate quente, conversamos um pouco e ele me beijou e depois disso ele me pediu em namoro, eu aceitei e ele me deu isso – e nos mostrou (boneco do toy story)

-Que meigo – eu e Molly dizemos em couro, de novo.

Chegamos na escola. South Laurel me esperava. Assim que chegamos a diretora Anne Hill foi falar conosco.

-Sejam bem vindas, Laura e Manu, me acompanhem, eu preciso explicar algumas coisas – a seguimos até sua sala – bem, seus armários são, Laura 314 e Manuela 315 estes são as aulas obrigatórias – deu-nos um cartão com os horários a cada uma e a combinação dos armários – e além dessas aulas vocês podem fazer atividades extras, a tarde, ou nos horários que vocês têm livre pela manhã, tomem esses passes, vocês já estão atrasadas, precisam disso pra entrar na sala.

-Obrigada Sra. Hill – saí da sala agradecendo e fui para a primeira aula, Química. Quando cheguei na sala, apenas uma bancada tinha lugar, junto com a Ogra Ingrid, que maravilha. Depois de outra aula, tivemos um intervalo encontrei Manu nos armário, ela estava falando com Liam:

-Mas porque ele quer saber o número do armário dela? –Liam falou algo no celular – tá bom meu Batman, a gente se vê no almoço, beijos, te amo.

-Oi Manu – eu disse – que armário?

-Nada não, ahn eu tenho que ir tô atrasada pra aula.

Me escrevi para aula de culinária, depois do almoço, então, toda segunda-feira almoçaria na escola. Fui pro almoço, comi “Fish and Chips” era delicioso. Durante o almoço pude analisar melhor o pessoal, havia a mesa do inteligentes, das garotas do ponto de ônibus, das patricinhas, do pessoal do time de futebol e outras mesas de pessoas comuns como eu.

-Oi!

Virei-me e um garoto bonito falava comigo

-Oi! – respondi

-Meu chamo Charles, você é uma das novas alunas de intercâmbio, certo?

-Sim Charles, me chamo Laura, sou brasileira.

-Eu sei, os boatos já começaram a correr e eu estava pensando, vamos tomar um café as 4 pm?

-Claro!

Charles voltou pra mesa dele, e vi que era jogador, ouvi eles dizendo “ela aceitou cara, as brasileiras são fáceis mesmo, vocês me devem 20 libras cada um” não pude acreditar no que ouvi e fui até a mesa deles

-Hum, Charles, quem sabe nós podemos adiantar o que você quer fazer no encontro - ele se levantou, entendendo o recado, me abraçou e quando ele foi me beijar, eu dei um joelhada com toda a minha força em suas “partes baixas” foi muito engraçado.

-Isso, é pra tu aprender que nem todas brasileiras são fáceis – os outros riram de mim – vocês também querem isso? - perguntei aos outros, que na hora, calaram a boca

Naquele momento Charles já estava chorando, jogado no chão.

Depois do almoço fui até meu armário, e lá estava um buquê de flores silvestres todo colorido e tinha um cartão com um trecho de She's Not Afraid :  

“She walks in and the room just lights up

But she don't want anyone to know

I'm the only one that gets to take her home, take her home

But everytime I tell her that I want more

She closes her door

She's not afraid of all the attention

She's not afraid of running wild

How comes she's so afraid of falling in love

She's not afraid of scary movies

She likes the way we kiss in the dark

But she's so afraid of f-f-falling in love, love”

e estava escrito no fim do papel laranja pôr-do-sol: “jante comigo amanhã, no The Yellow Bird, 8 pm. Lou”

Que saco, mas que perfeito eu não tinha como recusar um pedido assim. Fui a aula e voltei pra casa, estudei um pouco, jantamos e aqui estou, contando tudo pra ti, meu caro Diário de Bordo. Vou dormir, amanhã acordo cedo.

-Lala.