sexta-feira, 1 de março de 2013

Capítulo 17 - Dia 29/01/2013

Dia 29/01/13

Eu peguei no sono bem cedo, eram umas 9 pm, e eu dormi até as 4 am. Sabe, eu acordei de um pesadelo horrível:  eu não tinha conseguido sair da água com Manu, Jenna não veio nos ajudar.
Foi horrível! E claro, eu precisava falar com Jenna. Eu não consegui pegar no sono outra vez. Fiquei me revirando na cama até as 5 am, quando resolvi levantar. Fui até a cozinha e preparei um café da manhã lindo, sabe de hotel, pra Molly e os pais dela. Deixei tudo preparado, uma surpresa pra ele e resolvi que iria a pé para a escola, e fui. Caramba, era longe pacas (ai meu deus eu tô falando que nem quem??). Quando eu cheguei na escola fui direto a biblioteca ler alguns contos, quando eu entrei lá, vi Jenna com a cabeça sobre a mesa, dormindo.

-Jenna - chamei ela – eu sei que era você naquela noite...

-HAM? – ela acordou de um susto – Não enche gringa!

-Olha só, muito obrigada e eu acho que começamos errado... – falei fitando o medalhão dourado com letras gregas

-Do que você tá falando? – guardou o medalhão dentro da blusa

-Eu sei, que foi você que nos tirou do lago. Eu sei que está escrito Jenna nesse medalhão

-Mas é grego!

-Eu sei! Obrigada Annabeth!

-Annabeth Chase?

-Sim – falei com ar de dúvida

-Não acredito! Qual o seu chalé?

-Atena. Para tudo! Você é semideusa?

-Sim, chalé de Ares!

-Pode se notar isso... Mas em fim, o que você estava fazendo no parque, às 3 am?

-Isso não é da sua conta!

-Vamos, me fala prima! – eu pedi

-Não é da sua conta gringa!

-Haaaa, já sei, tava fumando! – falei na brincadeira, eu faço isso direto com as minhas amigas!

-Como você descobriu?

-Ai meu deus! – era verdade!

-Eu era dependente química – baixou o cenho – foi tudo culpa das minhas amigas de agora, elas fizeram eu provar maconha, e eu me viciei, e fui evoluindo, até chegar a heroína. Eu parei de me picar há dois meses, minha avó me levou a psicóloga, mas naquela noite eu decaí. – lágrimas começaram a escorrer por seu rosto 
- Fui até o parque comprar heroína. Eu tinha acabado de comprar estava voltando pra casa e ouvi gritos, eu achei que era a polícia e saí correndo, e vi duas garotas no lago! Quando eu tirei vocês, notei quem era. E saí correndo.

-Meu deus Jenna! Muito obrigada, sem você eu não estaria aqui ouvindo a história. Estaria no mínimo no hospital!

-Eu não volto pra casa desde então...

Ela estava chorando, eu nunca imaginei que veria Jenna chorar, afinal ela era a valentona da escola, mas ela era uma menina sensível. Ela não tinha ninguém que a ouvisse ou entendesse, o fato é que eu não vi isso também. Eu não sou boa em analisar pessoas, nunca poderia ser antropóloga. Mas se eu tivesse ouvido, ela poderia não estar lá. E nem eu e Manu aqui. Abracei-a, numa tentativa frustrada de consola-la.

-Jenna, seus pais...?

-Eles não devem ter nem ideia de onde eu estou. Eles devem achar que eu estou me prostituindo para pagar meu vício, eles não ligam muito pra mim. Como eu já disse, minha avó me levava à psicóloga, agora ela não leva mais.

-Por quê?

-Ela morreu há dois meses, e no velório dela eu prometi que não iria mais me drogar.

-Eu sinto muito! Eu não tenho o que dizer, nem o que pensar... – meus pensamentos altos foram interrompidos pelo sinal que dava início a aula – nos falamos depois.

Passei a aula inteira pensando no drama de Jenna, coitada. Mas por que ela entrou nas drogas? Eu precisava descobrir, e também precisava conversar com os pais dela. As horas daquela manhã passaram tão devagar. Mas chegou ao fim.

-JENNA! – gritei do meio do pátio, ela estava no portão

-Você tá louca? Quer que ela te espanque? – Molly me perguntou

-Não se preocupa, eu sei o que eu tô fazendo. Eu não faço ideia de que horas eu chegue em casa ta? – dei um abraço nela e saí correndo em direção a Jenna, que me esperava na saída

-Ok, te cuida, a propósito: o café da manhã estava delicioso! Obrigada! – Molly gritou
Andei, seguindo Jenna alguns quarteirões em silêncio.

-Cadê suas amigas?

-Depois que eu decaí, ou melhor, sumi. Elas não foram me procurar, elas sabem onde eu me escondo quando fico mal, e elas não foram atrás de mim Laura! – foi a primeira vez que eu ouvira ela dizer meu nome – eu vim tenho dormido aqui desde ante ontem.
Estávamos no antiga casa de sua avó. Numa pequena estufa de jardinagem.

-Você se importa seu eu falar com seus pais?
Ela saiu em silêncio do terreno e foi em direção a outra rua. Depois de 15 minutos andando a pé, chegamos a casa dela. Toquei a campainha e esperei alguém abrir. Ela mora em uma mansão.

-Olá! Você deve ser a senhora, pelos deuses, eu não sei seu sobrenome!

-Você deve estar se referindo a senhora Khan. Eu sou apenas a governanta da casa.

-Oi Mary – Jenna apareceu ao meu lado.

-Jenna! Você está aqui, graças a deus! – Mary, a governanta falou
Mary nos conduziu até um escritório onde uma mulher ruiva, alta, com pele branca e arrumada de mais para estar em casa estava com a cabeça enterrada nos livros.

-Olá Jenna – ela levantou a cabeça, arrumando os óculos de armação vermelha no rosto, ela tinha um ar esnobe. Ela era bem diferente da filha. Se você visse as duas juntas, diria que Jenna é uma órfã cujo a Sra. Khan ajuda com alguns trocados.

-Olá Sra. Khan – interrompi as duas – meu nome é Laura Barreras, eu sou aluna de intercâmbio em South Laurel, estudo junto com Jenna. Eu julguei que você deveria saber que Jenna salvou minha vida e a vida de minha amiga na noite anterior a esta. Ela me ajudou e eu quero ajuda-la, alertando a senhora do vício de sua filha. Ela precisa de ajuda, eu você pode ajudar ela!

-Mas que menina mais insolente – Sra. Kahn disse – acha que realmente deve me ensinar a cuidar de MINHA filha? Ela é ótima com esportes! Melhor aluna da escola!

-Não mais senhora. Sua filha é dependente química e caso a senhora não saiba é cega! Agora eu entendo o por quê de ela usar essas merdas. E a razão é você!

-Saia agora da minha casa!

-Não saio! Sua filha está a dois dias fora e você não notou?! Ela precisa de ajuda! Por favor!

-Cale-se sua atrevida!

-Mãe ela tem razão! Eu PRECISO de ajuda! Eu sou uma drogada! Eu sei, é tudo que você não queria ouvir, mas o fato é esse! Laura, eu realmente acho que você deve ir embora. Você me ajudou muito já. Obrigada.

-Tudo bem Jenna. Boa sorte!

Fui até a casa de Molly, contei tudo a ela. Ela ficou penalizada, mas pedi pra ela não falar nada! Era tarde e fui para meu quarto. Manu ligou avisando que iria dormir na casa de Liam, que safados! Estava pegando no sono (antes mesmo de escrever aqui!) e recebi uma mensagem do Louis:

Nem ouvi tua voz hoje minha cenoura. Preciso te ver J. Te amo muito, dorme com você (porque você já é um anjo). Beijos do SEU Boo Bear.

Eu respondi:

Aí, seu eu tivesse que dormir com um anjo eu teria que dormir contigo, Cenoura. Também te amo muito e tu sabe que isso não é brincadeira pra mim. Beijos da TUA Lala.

Eu tô acabando de escrever e vou dormir agora que já é tarde. Boa Noite.
-
Lala

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